História

O Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores em empresas prestadoras de serviços de asseio, conservação, limpeza pública urbana e privada, conservação de áreas verdes, aterros sanitários e transbordo e de prestação de serviços em portarias e recepções no Estado do Espírito Santo (Sindilimpe – ES) teve o seu registro em cartório liberado em 03 de julho de 1989. Essa data, portanto, é considerada como a data de fundação do sindicato.

De lá pra cá, o Sindilimpe empreendeu inúmeras lutas em defesa dos garis, coletores, jardineiros, auxiliares de serviços gerais que compõem a sua categoria. Lutas por melhores condições de trabalho, saúde e vida para essas pessoas.

Mas a luta do sindicato vai além de apenas garantir direitos aos trabalhadores. Busca garantir também o valor social do trabalho realizado por essa categoria e essa luta, como ficou provado ao longo desses anos, garante também benefícios para toda a sociedade.

Valorizar o trabalho

A Constituição Federal de 1988 estabelece a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho como fundamentos de construção da sociedade brasileira, concebida inserta no Estado Democrático de Direito.

Nessa concepção, o trabalho é compreendido como instrumento de realização e efetivação da justiça social, porque age distribuindo renda. Mas nem sempre é assim.

Os problemas que a categoria representada pelo Sindilimpe enfrenta provam que a atividade desses trabalhadores ainda está longe de servir como instrumento de realização e efetivação da justiça social.

São problemas de toda ordem, como a falta de fiscalização sobre as empresas terceirizadas que administram os contratos, condições subumanas de trabalho, de saúde e desrespeito à dignidade das pessoas. Esses problemas impedem que a categoria sinta que a sua atividade realmente tem valor.

Avanços ao longo dos anos

Desde 2000, o Sindilimpe experimenta um avanço significativo na luta do sindicato por melhorias para os trabalhadores.

A primeira Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria foi assinada em 1992, mas até 2003, salvo alguns anos em que os salários estavam muito defasados, só se negociava o reajuste da inflação.

A partir de 2004 não se discutiu mais a reposição da inflação. A negociação tratou de ganho real. O Sindilimpe chegou a negociar reajuste de mais de 18% e, em 2007, só na indústria, o reajuste passou de 13%.

Em 2005, na área da limpeza pública, os patrões resolveram se dividir e acharam que enfraqueceriam o Sindilimpe. Até essa época as negociações se davam com o Sindicato das Empresas em Asseio e Conservação no Estado do Espírito Santo (Seaces).

Com a divisão, surgiu o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb-ES). Ao contrário do que pensavam, o Sindilimpe se fortaleceu junto aos trabalhadores. E a primeira greve da categoria, no setor de Limpeza Urbana, aconteceu em 2006.

Os garis, coletores, jardineiros, arrancaram um reajuste de 100% no auxílio alimentação. O vale refeição que era R$ 40 passou para R$ 80 na Grande Vitória. No interior, o reajuste no tíquete foi de 50%. E o reajuste salarial foi de 9%, sendo 5% de ganho real.

Em 2007, outra greve foi realizada e rendeu mais um reajuste de 6% para os trabalhadores na Grande Vitória e 8,57% para os empregados das empresas de limpeza no interior do Estado.

A cada ano, o sindicato negocia de verdade com os patrões e consegue fazer com que a Constituição Federal seja respeitada, obrigando as empresas a cumprir a lei.

O Calote da Shopping Limpe

O calote de quase R$ 40 milhões da empresa Shopping Limpe é um caso emblemático. Ele comprova a falta de fiscalização das autoridades e a falta de seriedade das empresas com os trabalhadores e com a sociedade que paga a conta.

Em 1997, a Shopping Limpe, contratada pelo Governo do Estado para fazer a limpeza das escolas públicas, entrou em falência. Com o salário atrasado em seis meses, cerca de oito mil trabalhadores entraram em greve e montaram um acampamento em frente à Secretaria Estadual de Educação (Sedu) para protestar. Os trabalhadores e as lideranças do
Sindilimpe chegaram a apanhar da polícia devido aos protestos.

O resultado é que a empresa não pagou e várias ações judiciais até hoje rolam na Justiça do Trabalho. Alguns trabalhadores já receberam, mas muitos esperam o pagamento das rescisões de contrato e a reparação dos prejuízos.

Esse caso marcou a categoria, mas é apenas um num universo de irregularidades e desrespeito.

Por diversas outras vezes, o Sindilimpe precisou sair em defesa da categoria e os motivos eram sempre os mesmos: falta de pagamento, atraso de salário, sonegação de direitos trabalhistas, desrespeito à dignidade dos trabalhadores.

Inúmeras greves no setor de Asseio e Conservação foram realizadas ao longo dos anos, como nas empresas Preservil, Ribeiro Engenharia, Pelicano, Colimpre.

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